Ney Lopes
“A montanha pariu um rato”.
Trump e Lula, ao invés de se “enfrentarem” na Assembleia da ONU em Nova York, irão se encontrar civilizadamente na próxima semana, em Washington DC.
O convite partiu do presidente americano, que antecipou ter gostado de Lula nos poucos segundos em que se cumprimentaram.
Após fazer um bom discurso na abertura dos trabalhos da Conferência, Lula esperava a “resposta” de Trump às posições que assumiu, em defesa da soberania nacional.
Nada disso aconteceu. A relação entre os dois passou a assemelhar-se a um “reality show” político, o que aliás foi especialidade de Trump, quando apresentou “O Aprendiz”, como coprodutor do programa.
Lula & Trump
No seu discurso, Lula sem citar o nome de Donald Trump, condenou os ataques ao multilateralismo, o uso arbitrário de sanções econômicas e o veto ao reconhecimento do Estado Palestino.
Lula usou o discurso para defender o julgamento que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe.
Trump, como se estivesse num palanque, começou a falar com o seu estilho habitual.
Criticou veementemente Joe Biden e afirmou que recupera o país, com o preço da gasolina e dos alimentos já caindo.
Sobre essa queda, ele foi contestado pela imprensa.
ONU
A Assembleia Geral da ONU começa em clima de profunda insegurança.
A instituição passou por muitas crises, desde a fundação em 1945.
É unânime a opinião de que nenhum dos desastres passados, seja tão calamitoso como o atual.
O retorno do presidente Trump ao poder cria cenários traumáticos para a ONU.
O maior choque é orçamentário. O governo americano priva o órgão de fundos e não paga as contribuições devidas.
Para o orçamento de 2026, Trump “suspende” quase todos os pagamentos à ONU.
Críticas a ONU
Trump fez severas críticas a ONU, que se esvazia pela crise que atravessa.
Enquanto isso, o presidente americano atenta contra princípios internacionais.
Ele ameaça abertamente “tomar” o Canadá, anexar a Groenlândia e apoderar-se do canal do Panamá.
As pesquisas mostram que a maioria dos americanos ainda apoia a ONU.
John Bolton, ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, chocou o mundo ao declarar:
“O prédio do Secretariado em Nova York tem 38 andares. Se perdesse dez andares, não faria a menor diferença”.
O nível de confronto republicano hoje é maior do que nunca.
Prevalece o radicalismo do “America First”.
Ninguém sabe onde vai parar esse clima de hostilidade.
Curtinhas
Filme
"A 2000 Metros de Andriivka" – Ver na plataforma “Itaú Cultural Play” - Um filme de ação incrivelmente intenso na guerra da Ucrânia. A filmagem foi através de câmeras nos capacetes dos soldados ucranianos. As armas sobem, miram e atiram como se estivessem em nossas mãos. O inimigo surge à frente. O alvo é derrubado.
Frase
“A uma guerra justa preferimos uma paz injusta", de Samuel Butler”
Lupus
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão de dois medicamentos para o tratamento de lúpus: o anifrolumabe e o belimumabe. Passa a valer a partir do próximo dia 3 de novembro.
Queda
A Confederação Nacional da Indústria registrou em agosto de 2025 o pior desempenho para o mês desde 2015. Na Sondagem Industrial, a CNI indica queda na produção, redução no número de empregados e recuo na utilização da capacidade instalada.
Cai turismo americano
As chegadas de estrangeiros aos aeroportos americanos caíram 3,8% em comparação com 20. Viagens e turismo representam cerca de 3% do PIB dos EUA Em 2024, cerca de 22% mais americanos voaram para o exterior do que estrangeiros chegaram. Neste ano, até agora, a diferença aumentou para 27%. Para um presidente obcecado por desequilíbrios comerciais, deve ser preocupante.
Planos de saúde
O STF, em recente decisão, criou dificuldades para o acesso dos usuários dos planos de saúda a tratamentos e medicamentos inovadores. As exigências vão além das possibilidades de qualquer cidadão comum. Comentarei essa estranha decisão oportunamente.
Trump apoia Milei (I)
Trump recebeu Milei durante a Assembleia da ONU e estende a mão para ajudar o argentino. A economia portenha está em crise e as disputas internas na Casa Rosada colocam em risco a governabilidade, enquanto o peronismo, um palavrão em Washington, paira no ar.
Trump apoia Milei (II)
O plano da Casa Branca é apoiar o presidente argentino com dinheiro vivo para que ele chegue em melhor forma às eleições legislativas de 26 de outubro. Uma derrota seria devastadora e destruiria qualquer chance de reeleição do presidente em 2027.
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