Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, terá encontros com câmaras de comércio do estado americano, que é o principal acesso para a relação comercial Brasil-Estados Unidos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta, em 29 e 30 de setembro, oportunidades de negócios e investimentos a empresários e câmaras de comércio da Flórida, nos Estados Unidos. A agenda, realizada a convite do prefeito de Miami, Francis Suarez, tem como objetivo promover a integração comercial e produtiva entre Brasil e os Estados Unidos, via Flórida, que representa o principal acesso na relação bilateral, respondendo, em média, por 28,8% da corrente de comércio nos últimos 10 anos.
“Esses encontros de alto nível com empresários e representantes comerciais que a prefeitura de Miami está promovendo são uma oportunidade ímpar para a indústria brasileira aprofundar relações e avançar em parcerias estratégicas com o estado da Flórida, que, historicamente, é o grande responsável pela integração da indústria brasileira ao maior mercado consumidor do mundo”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que representará a indústria brasileira nas agendas.
Na quarta-feira (29), o encontro ocorrerá na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos da Flórida, entidade que reúne empresas como Itaú, Citi, Diageo e Embraer, onde Robson Andrade fará a palestra Comércio Internacional: oportunidades entre Brasil e Estados Unidos – Visão da indústria. Na quinta-feira (30), haverá reunião com o International Trade Consortium do Condado de Miami-Dade, órgão consultivo da Prefeitura de Miami sobre os temas ligados à agenda comercial internacional da região.
Uma das motivações para esses encontros decorre do fato que as autoridades de Miami Dade, em razão da pandemia, perceberam a necessidade de diversificar fontes de suprimentos. Há uma grande demanda na região, por exemplo, em setores como energia, equipamentos médicos e odontológicos e produtos têxteis, entre outros. “Neste contexto, o Brasil é um parceiro natural e esta é uma grande oportunidade para atrairmos investimentos privados para o país”, diz Robson Andrade.
De acordo com Robson Andrade, a indústria brasileira está se relançando no mercado internacional com o objetivo de integrar-se competitivamente nas cadeias globais de economia. “A Flórida é o ecossistema natural de internacionalização da capital brasileiro nos Estados Unidos. Além de termos uma grande corrente de comércio, o Estado conta com uma comunidade de aproximadamente 500 mil brasileiros, sendo que a maior parte se declara empreendedores”, afirma. O presidente da CNI lembra, ainda, que diversas empresas brasileiras atuam na Flórida, tais como Gerdau, Embraer, Bauducco, Odebrecht, MRV e Klabin, entre outras.
Oportunidades para integração com cadeias globais de valor
A visita é também uma oportunidade para avançar em parcerias estratégicas em inovação e tecnologia. Com um ecossistema de inovação avaliado em US$ 18 bilhões, a região de Miami desponta como um novo hub tecnológico, envolvendo companhias de engenharia, construção e energia na lista das 500 maiores empresas da revista Fortune.
A cidade é a 27ª no ranking da Global City Teams Challenge - GCTC Index, e vive um momento de expansão de aportes em iniciativas tecnológicas e de apoio financeiro ao desenvolvimento. A CNI, por sua vez, tem ampliado esforços para ligar o ecossistema brasileiro de inovação ao do restante do mundo. Em agosto, inaugurou um escritório em Nova York, dentro da plataforma global do SOSA, empresa israelense especializada em inovação aberta, pela qual acelera o acesso da indústria a tecnologias de ponta e projeta startups brasileiras por meio de programas de residência no exterior.
Cadeias globais de valor
A reestruturação das cadeias globais pós pandemia abre caminho para um reposicionamento das empresas brasileiras. Uma porta de entrada pode ser pelos Estados Unidos, principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira, que responde por 16,2% do valor embarcado em 2020. O país lidera, ainda, como maior receptor dos investimentos brasileiros no exterior, com US$ 5,6 bilhões, 17,6% do total entre 2011 e 2020. Do lado dos investimentos no Brasil, os EUA também saem na frente, com US$ 43,8 bilhões (20,7% do total) no mesmo período.
Os setores brasileiros que mais exportam — como alimentos, metais básicos e veículos automotores — e que mais utilizam insumos importados — liderados por químicos, equipamentos de transporte e farmacêuticos — são candidatos potenciais a uma maior integração comercial e produtiva. Setores que recebem o maior volume de investimento estrangeiro (veículos automotores, metais básicos, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos e químicos) também podem ser beneficiados.
Perfil da balança comercial Brasil-Flórida
Dentro do território americano, a Flórida é o estado que mais exporta para empresas brasileiras. De 2011 a 2020, a média anual foi de US$ 14,6 bilhões, o equivalente a 37% do total, de acordo com a United States International Trade Commission (USITC). Dos bens exportados, 27,5% são aviões e seus componentes, 9,3% equipamentos eletrônicos 4,0% remédio e equipamentos médicos. A Flórida também lidera como destino das importações de produtos brasileiros, junto com o Texas. São US$ 4,9 bilhões por ano em média, o que representa 17,2% do total, sendo que 61,2% das importações são de aviões e seus componentes.
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