Ney Lopes
Tem razão Carl Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, ao afirmar que a “vida é um assunto local”.
Os rumos da política do Rio Grande do Norte, será o assunto local mais relevante em 2026.
O quadro político
O quadro político estadual é marcado pelo início das articulações para as eleições de 2026, com foco na sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) e nas duas vagas para o Senado.
Para o governo do Estado, os números mostram a “tendencia” do eleitorado em torno dos nomes de Allyson Bezerra (União), Rogério Marinho (PL) e o secretário da Fazenda Cadu Xavier (PT).
Para as duas vagas do senado, Styvenson Valentim, Zenaide Maia e a governadora Fátima Bezerra. Também são mencionados para a disputa senatorial Carlos Eduardo (PSD), Álvaro Dias e o deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza.
Walter Alves: sai ou fica?
Uma grande dúvida atormenta os articuladores dos arranjos partidários e definições eleitorais locais.
Trata-se de qual será a posição do vice-governador Walter Alves, ou seja, se assumirá o comando do executivo ou não.
Especula-se sobre a existência de compromissos irremovíveis entre Fátima Bezerra e Walter Alves, que consolidariam essa aliança em 2026.
Tudo é possível, porém deve-se recordar que “compromissos” maiores existiam em 2010 entre Garibaldi Filho e Henrique Alves, primos-irmãos.
Entretanto, Henrique ficou no palanque do então governador e candidato à reeleição Iberê Ferreira de Sousa, enquanto Garibaldi no apoio a então governadora Rosalba Ciarlini.
Outro exemplo: em 2022 Garibaldi Filho deixou claro que não apoiaria Henrique em seus projetos políticos, selando um distanciamento.
Na época, as divergências envolviam o atual vice-governador Walter Alves.
Após o conflito, Henrique Alves deixou o MDB, partido que a família comandou unida por décadas, e filiou-se ao PSB.
Fato novo
Neste contexto e filtrando dados estatísticos de pesquisas esparsas, a realidade demonstra para Governador do Estado ligeira vantagem de Allyson Bezerra (União).
Embora cedo para “palpite”, o curioso é que o prefeito Allyson Bezerra foi, até bem pouco tempo, um desconhecido na maioria das regiões do estado.
Começam a ser captados sinais nos horizontes da política local, de um fato novo, que poderá mudar o rumo da sucessão do Executivo do RN.
O senador Rogério Marinho, já em campanha para governador, desistiria da candidatura e iria Coordenar, a nível nacional, a campanha de Eduardo Bolsonaro à Presidência da República.
Uma nova hipótese
Na hipótese citada, muita água correria “embaixo da ponte” e tudo poderá acontecer.
Não “pega” bem Rogério Marinho coordenar uma campanha nacional à Presidência da República, sem unir as oposições no estado, em torno do seu candidato Eduardo Bolsonaro.
Daí não ser impossível uma tentativa de união, com o apoio a Allyson Bezerra para governador, mantido Styvenson Valentim e indicado Álvaro Dias para o Senado da República.
Restariam cargos de vice governador, suplências de senador e candidatos proporcionais para composições com o bloco político, que poderiam acomodar lideranças do sistema como Ezequiel Ferreira de Souza, Carlos Eduardo e a própria Zenaide Maia.
O prefeito de Natal Paulinho Freire, nome de peso na eleição de 2026, sempre defendeu a união das oposições e já citou Allyson com um dos bons nomes, embora tivesse compromisso com Rogério Marinho para governador.
Com a nova hipótese, tudo seria facilitado.
Rumos do PT
O bloco governista “torce” pela atual divisão das oposições.
O possível candidato a governador, o secretário da Fazenda Cadu Xavier (PT), está em campanha, embora ainda apareçam no radar o atual vice Walter Alves e a deputada Natália Bonavides.
A governadora Fátima Bezerra não hesita e tentará voltar ao Senador Federal.
Apregoam-se desgastes do sistema governista. Em todas as campanhas, os “governos” sempre enfrentam dificuldades de demandas não atendidas.
A experiencia mostra que, salvo acusações irrespondíveis, muitos governistas ganham a eleição.
No caso específico do RN, caso o candidato Cadu Xavier se coloque como um economista “pragmático” para salvar o RN, livrando-se (o que é difícil) da ortodoxia do PT, teria a chance do segundo turno, somando a seu favor o rescaldo eleitoral do primeiro turno, sem previsão de ganhar ou perder.
Já a governadora Fátima Bezerra, no estilo de pequenas obras do seu governo, atingindo comunidades e a sua tradição política, não pode ser subestimada na disputa do Senado.
Desafio
A impressão é que a eleição majoritária do RN em 2026 não será decidida por “adesão”, mas por rejeição.
O grande desafio será quem consegue perder menos eleitor no meio do caminho.
Veremos!
Feliz Ano Novo!

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