Ney Lopes
Abordarei hoje um tema, com críticas ao Congresso Nacional e a classe política “conivente”.
Devo reafirmar que não sou puritano, nem tão pouco falso moralista. que utilize a moralidade como meio de status social e acesso ao poder.
Sou defensor do Congresso Nacional e da classe política.
Todavia, o crime começa onde os limites morais são ultrapassados.
A transgressão moral é o terreno fértil para a transgressão da lei.
Caso concreto.
O “nariz de cera” é para analisar a aprovação pelo Congresso, no último dia 19, do OGU de 2026, com reserva de R$ 61 bilhões para as emendas parlamentares, que são as verbas federais, com pagamento obrigatório, destinadas pelos congressistas às suas bases eleitorais. Um artificio da Comissão de Orçamento incluiu na obrigatoriedade de pagamento, também as emendas de Comissões. protegendo “todos”.
O que acontece no Brasil é um vandalismo e não aparece um “ético” sequer que proteste.
Todos aceitam e aplaudem.
Mais 6 bilhões
Como se não bastasse, o Congresso aprovou a ampliação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para um patamar que deve superar os R$ 6 bilhões, maior que o valor de mercado somado de 27 empresas listadas na bolsa e o equivalente a soma de 8 ministérios.
Os partidos também usufruem receitas extras com os rendimentos de aplicações financeiras.
Em 2024 foram mais de R$ 39,7 milhões “extras”, ampliando a autonomia das cúpulas e dificultando a transparência.
A distribuição do dinheiro público é decidido “internamente”, por cada partido, dirigido à mão de ferro.
É o caso de lembrar: “a raposa toma conta do galinheiro”.
Os recursos garantem salários aos dirigentes e seus “protegidos”, além de mordomia com despesas particulares, diárias, motorista, viagens tec.
O TCU atua de forma complementar, cabendo a Justiça Eleitoral a responsabilidade final pelo julgamento das contas eleitorais.
Ao invés de eleição será “nomeação”
A consequência pratica é que em 2026 não haverá chance de renovação política.
Estudo do TSE concluiu que, no último pleito, os municípios que receberam mais de R$2.543,70 por eleitor – três vezes o valor mediano nacional –, o índice de reeleição foi de 98%.
Pergunta-se: quem, sem dispor de “verbas” para distribuir, se aventurará a disputar votos em municípios, com os prefeitos, entidades privadas sem fins lucrativos e, em casos específicos, pessoas físicas, todos com saco cheio de dinheiro?
Haverá “nomeação” à custa do orçamento público.
Atingimos os limites da imoralidade.
Mercado persa
Esse é o retrato de corpo inteiro do “mercado persa”, em que se transformou a política brasileira.
Defendo as emendas parlamentares.
Elas devem existir, desde que baseadas em projetos pré-elaborados tecnicamente, que se encaixem nas prioridades do país.
Nunca como são atualmente, vinculadas a negociação espúria, barganha intensa de favores, cargos ou informações privilegiadas.
“Toma lá, me dá cá”
Prevalece a cultura do “toma lá, me dá cá”, que o PT e Lula tanto condenavam.
Na escolha dos candidatos pelo eleitor, não há como valorizar o mérito e competência dos eleitos, a transparência e a responsabilidade pública.
Serão considerados “competentes”, apenas aqueles que manejem melhor a aplicação, em benefício próprio, do dinheiro orçamentário.
Foi e será assim, de novo.
Quem não aja dessa maneira é considerado inviável e acusado de “não ter votos” para merecer sequer uma legenda para disputar.
Congresso de “office boy”
O Poder Legislativo deveria ser um espaço para o legislador, com a missão de produzir normas para o cumprimento de direitos e deveres na sociedade, através de projetos de leis, moções, resoluções, emendas, decretos legislativos.
Entretanto, o Congresso Nacional cada dia se transforma num “colegiado” de “office boy “ (salvo honrosas exceções), com o parlamentar “negociando” verba pública para distribuir com os correligionários e reeleger-se.
Os grandes temas nacionais não são abordados.
É bom que se conclua: a responsabilidade não é só dos políticos.
É de todos os eleitores.
Curtinhas
Filme
“Feliz Ano nosso” – NETFLIX - Na França, dois estranhos estão a caminho de uma festa no Ano Novo quando ficam presos no mesmo elevador. Acabam criando uma conexão inesperada.
Frase
“A melhor saída é o caminho” (Robert Frost)
Emagrecimento
Aprovado em comprimido, o medicamento injetável Wegovy, oferecendo aos pacientes que temem ou se sentem desconfortáveis com agulhas uma opção mais aceitável.
Ouro explode
O ouro está tendo seu melhor desempenho em 46 anos, com valorização de 71% em 2025. Lojas de departamento americanas estão vendendo barras de ouro para pessoas físicas. Historicamente, a reserva de valor mais segura do mundo.
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