Créditos: Federico Parra / AFP
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmou que dois aviões militares venezuelanos voaram perto de um navio da Marinha americana em águas internacionais nesta quinta-feira, 4, dias depois de um ataque americano contra um barco que supostamente transportava drogas e havia zarpado da Venezuela.
Após o incidente, a agência de notícias Reuters informou nesta sexta que o governo americano ordenou o envio de 10 jatos F-35 para o Caribe. Os caças irão à base aérea em Porto Rico, próximo à região onde navios de guerra americanos estão mobilizados.
Não está claro se a decisão do governo americano ocorreu após o sobrevoo dos aviões venezuelanos ou se já estava programada. Aeronaves americanas vão ficar na base dos EUA em Porto Rico e terão como objetivo apoiar operações contra cartéis de drogas.
Os aviões devem chegar à área no final da próxima semana para se somarem à já forte presença militar dos EUA no sul do Caribe. No mês passado, mais de 4,5 mil militares americanos foram enviados para a região junto com navios de guerra, sob a justificativa de combate ao narcotráfico. O ditador venezuelano Nicolás Maduro é considerado chefe de um cartel de drogas pela Justiça americana.
As movimentações ocorrem três dias depois de forças americanas atacarem um barco que, de acordo com o presidente americano Donald Trump, transportava drogas da Venezuela com destino aos EUA. 11 pessoas foram mortas.
Nas redes sociais, o Pentágono classificou o movimento dos aviões da Força Aérea Venezuelana como “altamente provocador” e advertiu Caracas contra uma escalada adicional. “O cartel que controla a Venezuela é fortemente aconselhado a não prosseguir com qualquer esforço adicional para obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao tráfico de drogas e contraterrorismo realizadas pelos militares dos Estados Unidos”, informou o Pentágono.
A Venezuela não se pronunciou sobre o episódio. Nicolás Maduro tem denunciado a ação dos EUA como interferência na soberania nacional do país para causar uma mudança de governo. Desde que as tropas americanas foram mobilizadas para o Caribe, Maduro tem convocado as tropas militares e a Milícia Nacional Bolivariana, um contingente formado por milhões de venezuelanos para defender o regime bolivariano.
O ditador venezuelano também chamou as movimentações americanas de “maior ameaça que nosso continente viu nos últimos 100 anos”.
O ataque americano contra a embarcação, cujos detalhes não puderam ser verificados de forma independente, marca uma escalada dramática por parte dos Estados Unidos, que há décadas conta com operações policiais de rotina, em vez de força letal, para apreender drogas.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, em visita à América Latina, defendeu a nova abordagem agressiva dos Estados Unidos e disse contar com o apoio de governos aliados na região que devem cooperar na eliminação de supostos narcotraficantes.
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