No início de 2021, o enfermeiro Heitor Willian Campos, 30 anos, procurou um dentista para investigar fortes dores e sangramento nas gengivas. Os exames revelaram uma leucemia mieloide aguda (LMA) em estágio avançado, com 96% do corpo tomado por células cancerígenas.
Heitor lembra que, sem tempo para pensar, iniciou uma luta imediata para conseguir vaga em hospital e tratamento. Ele havia ignorado sintomas como fadiga e dores, que foram confundidos com exaustão da linha de frente na pandemia.
A LMA é um câncer agressivo do sangue que se desenvolve rápido e exige diagnóstico precoce para maior chance de cura. O tratamento de Heitor incluiu quimioterapia oral e intravenosa, seguida de ciclos prolongados por dois anos devido a recaídas.
Hoje, em remissão, Heitor mantém acompanhamento regular e reflete sobre a experiência. "Tive o privilégio de entender melhor meu corpo e o tratamento por minha formação em enfermagem", diz.
A onco-hematologista Mariana Oliveira explica que a leucemia é causada por mutações genéticas que comprometem a medula óssea, e destaca a importância do acompanhamento genético para evitar recidivas.
Heitor reconhece que a experiência o transformou, especialmente ao ver as limitações estruturais enfrentadas pelos colegas durante o tratamento. “Isso me fez repensar meu papel”, afirma.
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