Padre João Medeiros Filho
Vivemos num mundo confuso em relação aos valores da vida. Estamos
inseridos numa sociedade atordoada, insensível ao Transcendente. Participamos
de uma civilização descrente de um futuro melhor. Cabe-nos perguntar: o que
falta, hoje, à Páscoa de Cristo? O que é preciso para que a Ressurreição de
Jesus possa transformar e renovar o mundo e os homens? Primeiramente, é
fundamental acreditar na Vida que é Cristo. Ele venceu a morte! Sim, em meio a
tantas notícias desalentadoras de violência, fome, corrupção, impunidade,
violação à justiça, nós cristãos temos o dever de anunciar que Jesus veio
trazer a paz. “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14, 27). Para celebrar
a Ressurreição de Cristo, mister se faz sentir a presença de Deus, que veio
morar conosco, descendo ao nível mais ínfimo da humanidade. Ele pregou a
dimensão da fraternidade.
Neste
tempo de tanto ódio, desconstrução e insana polarização ideológica, fartamente
disseminada pela mídia, somos chamados a proclamar que a renovação, o perdão e
o amor são possíveis. Entretanto, é necessário crer nas palavras de Cristo:
“Confiança, eu venci o Mundo” (Jo 16, 33). O Brasil não merece viver de
mentiras, narrativas, desonestidade e violência, e sim do verdadeiro Amor que
vem de Deus. Aos que creem em Cristo, desejamos enfatizar o compromisso de
construir um mundo novo, a civilização da vida e do diálogo, visando à
harmonia. Como gostaríamos que a Boa Notícia fosse largamente difundida,
levando todos a viver tempos novos!
Que
Cristo Ressuscitado traga alívio e esperança, suscitando um renovado dinamismo
nos governantes, para que sejam melhoradas as condições de vida de milhões de
cidadãos, eliminando a nefasta praga da corrupção e a deletéria farsa
eleitoreira. Feliz Páscoa para todos. Passagem da violência e do ódio para
a paz. Passagem da tristeza e do desespero para a alegria e esperança, das
trevas para a luz. Passagem do desânimo e descrédito para a fé, inefável dom
divino. Que haja Páscoa para o Brasil, passagem das inimizades para a
concórdia, das contendas e conflitos partidários para a pacificação do país. O
Povo precisa viver em clima de união e fraternidade. Para tanto, é preciso
vislumbrar o brilho da Luz de Cristo, presente no símbolo do Círio Pascal. “Eu
sou a luz do mundo” (Jo 8,12), disse o Mestre.
Emaús, em Parnamirim, aos 20 de abril
de 2025
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