Ney Lopes
Neste espaço sou e serei sempre defensor do poder judiciário, indispensável à democracia.
O registro que faço não é político, mas sim jurídico.
O ministro Alexandre Moraes negou autorização para Bolsonaro ir à posse de Trump.
Exigiu um convite oficial já que o email apresentado pela defesa de Bolsonaro foi no endereço info@t47inaugural.com .
Desconheceu o ministro, que o “T47 Inaugural” é uma entidade privada, sem fins lucrativos e criada com o propósito de organizar os eventos do dia da posse de Donald Trump.
É praxe nos Estados Unidos que um comitê privado, ligado ao presidente prestes a assumir o mandato, esteja encarregado do cerimonial da posse.
Ainda a PGR alega Bolsonaro não tem “legitimidade” para estar presente em ato público no exterior. Moraes cita risco de fuga. Lamentável, que isso ocorra.
Trata-se um ex-presidente em liberdade, sem denúncia formal, que lidera a corrida para 2026.
Fuga não há o menor indício dessa pretensão.
As acusações ainda estão sob investigação.
A princípio, uma eventual prisão para o cumprimento de pena, caso Bolsonaro seja considerado culpado, só ocorrerá depois do processo (que ainda nem começou) transitar em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.
Em tempo – A propósito cabe registrar a multa imposta ao deputado General Girão do RN de pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos por ter supostamente incentivado atos antidemocráticos, em frente a um quartel do Exército.
Notório excesso.
Políticos e não políticos fizeram comentários semelhantes, em redes sociais. Ademais, o parlamentar tem imunidades.
Numa hora de instabilidade institucional, a presença de um deputado é constitucionalmente entendida como exercício da sua função parlamentar.
Quem legalizou as manifestações foi o Judiciário, que não decretou a suspensão.
Eram servidas ao menos três refeições por dia, fruto de doações de empresas e doações via Pix gerais.
Tudo livremente.
Os males que a inveja faz
Um tal Jacques Mandelbaum, crítico de cinema do jornal Le Monde, por inveja, agrediu verbalmente, a atriz brasileira Fernando Torres, principal protagonista do filme
"Ainda Estou Aqui", chamando-a de “monocórdica” (monótona, enfadonha).
O fato me chamou atenção, até porque a inveja sempre me perseguiu na vida.
Talvez, por ter chegado onde “muitos” não permitiriam.
Coletei alguns exemplos de mórbida inveja.
Dante Alighieri descreve a Inveja através de um ser com olhos costurados em arame.
Já Sócrates a chamou de “a úlcera da alma”.
No conto de Roque Teófilo, um vulto se apresenta a um jovem e diz:
“Meu jovem eu sou a vida. Temei a inveja que é mãe de todos os males, porque se esconde atrás de máscaras. Ela é sorrateira, oportunista, como uma serpente venenosa, que sem barulho ataca e envenena a sua vítima, que nem percebe”.
Zuenir Ventura, cita Tom Jobim: “Sucesso no Brasil é ofensa pessoal”.
Em uma das mais comoventes tragédias shakespearianas, Iago é outro símbolo da inveja humana.
Para agradar a Otelo, inocula nele dúvidas sobre a reputação de sua amada Desdemonia.
Otelo cheio de ciúmes mata Desdêmona e só depois descobre que ela era inocente.
Então, cheio de culpa, ele se suicida.
Salieri é outro exemplo.
Ele não suportava o talento de Mozart, o grande compositor e fez tudo, direta e indiretamente, para destruí-lo.
Pouco aparecia, mas estimulava e apoiava tudo.
Salieri é o sinônimo do ressentimento destilado.
Confessou sobre Mozart: “Envenenei a reputação dele pela calúnia constante”.
O grande Ruy Barbosa aonselhava: “Sustenta-se aí que a competência reside, justamente, na incompetência. Vai-se, até, ao incrível de se inculcar “o medo dos preparados”.
O imortal Chico Xavier, indagado sobre a sua atitude diante da inveja que sofria, inclusive aos seus familiares, respondeu com grandeza humana e cristã: “mal que me fazem não me faz mal. O mal que me faz mal é o mal que eu faço porque me torno mal”.
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