segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

ANÁLISE: "SE FOSSE NO BRASIL, MAS É NOS ESTADOS UNIDOS"

 

Ney Lopes

Na política e na vida, acontecem coisas incríveis. Inimagináveis. Ontem, 20, foi exemplo. Após um primeiro governo controvertido, sem ter uma prova ou indício veemente de fraude na eleição de 2022, o Presidente Ronald Trump assume novamente o comando da Casa Branca e afirmou categoricamente, que a eleição de 2020 foi fraudada contra ele.

Em 6 de janeiro de 2021, Trump convocou partidários a se reunirem em Washington DC para protestar contra os resultados finais da eleição na data em que as duas casas legislativas se reuniriam para ratificar a vitória de seu oponente. Trump assistiu à invasão do Capitólio, tomando refrigerante, na sala de jantar do Salão Oval da Casa Branca. Ele era formalmente acusado de incitar esses invasores do congresso americano. Até agora, nada aconteceu-lhe. Foi absolvido, embora o trumpismo seja apenas—senão a mais notória—forma de nacionalismo extremista do século 21.

A Suprema Corte considerou pela primeira vez, que os ex-presidentes gozam de ampla imunidade de processos criminais em relação a atos oficiais. O episódio terminou em cinco mortes, centenas de prisões e uma investigação criminal, que está arquivada.

Por mediocridade, esses tipos humanos entendem que a única forma de ser favorável à moralidade pública é repetir na mídia “slogans” e vídeos, que lhes são enviados por virulentos em defesa de ditaduras. Não sabem o que fazem e conspiram para destruir a democracia. Se uma decisão judicial desse tipo fosse no Brasil contra adversários, as cassandras da democracia estariam defendendo posições autoritárias de fechamento do Congresso e do STF.

O QUE PENSA DONALD TRUMP

No seu discurso de posse, Trump ele pinta um retrato sombrio da América hoje, mas promete que “o declínio da América acabou”. “20 de janeiro de 2025 é o Dia da Libertação ”, diz ele, prometendo que “a idade de ouro da América começa agora” e acrescentando: “Recuperaremos a nossa soberania. Nossa segurança será restaurada»

Anuncia que assinará vários decretos presidenciais e que os Estados Unidos enviarão de volta “milhões e milhões de estrangeiros criminosos de onde eles vêm”. Ele designará os cartéis como organizações terroristas. Afirma que “só existem dois géneros: homem e mulher” e reitera a sua intenção de “recuperar o Canal do Panamá” e “plantar” a bandeira americana “no planeta Marte”

Como anistiar Bolsonaro

Em princípio, haveriam três formas de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Primeiro: seria mais rápida.

Bolsonaro foi condenado a oito anos de inelegibilidade em dois processos separados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entretanto, nos recursos interpostos foram incluídas provas que, inicialmente, não estariam vinculadas aos processos eleitorais como a chamada “minuta do golpe”. É causa de nulidade.

O segundo caminho é uma alteração na Lei da Ficha Limpa. A lei, aprovada em 2010, determina, entre outras coisas, a inelegibilidade de políticos que tenham sido condenados por órgãos colegiados, como o TSE.Mas alguns projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional preveem mudanças.

O último seria anistia aos condenados por crimes cometidos em conexão com os atos praticados em 8 de janeiro.

Todas hipóteses são muito difíceis de aprovação.

Curiosidades sobre o Dia da Posse

Aqui estão alguns fatos sobre o Dia da Posse de um Presidente americano.

  1. O Dia da Posse costumava ser realizado em 4 de março, que é quando os mandatos presidenciais começavam. A 20ª Emenda, ratificada em 1933, mudou para 20 de janeiro.
  2. George Washington também teve o discurso de posse mais curto, dizendo apenas 135 palavras em sua segunda posse em 1793.
  3. O discurso de posse mais longo foi em 1841, feito por William Henry Harrison, o nono presidente dos EUA, que proferiu 8.445 palavras em uma hora e 45 minutos. Morreu um mês depois.
  4. Na segunda posse de Abraham Lincoln, em 1865, homens e mulheres negros marcharam no desfile inaugural.
  5. A posse de Barack Obama em 2008 foi o maior evento da história de Washington, DC, com 1,8 milhão de pessoas.
  6. A primeira mulher a empossar um presidente foi a juíza Sarah Hughes, que empossou Lyndon B. Johnson a bordo do Força Aérea Um após o assassinato de John F. Kennedy em 1963.

 

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