terça-feira, 21 de janeiro de 2025

ANÁLISE: "REVOLUÇÃO À VISTA NOS ESTADOS UNIDOS"


Ney Lopes

Após a posse de Donald Trump, o que acontece nos Estados Unidos não é meramente uma mudança de regime.

É uma revolução, que visa remodelar a América do pós-guerra, através da divergência com as teorias liberais no mundo.

Como todas as revoluções, o movimento de Trump carrega contradições internas e oposição externas.

Traz uma abordagem distintamente diferente para a política global.

A revolta americana contra a ordem liberal vem de algum tempo no século 21.

Esse descontentamento crescente, ajudou Trump a tornar-se um “outsider” e derrotar dinastias políticas estabelecidas como os Clinton (democratas) e os Bushes (republicanos) para ganhar a Casa Branca nas eleições de 2016.

Trump é tido como o “escolhido” para desafiar o establishment.

Independentemente da questão da “influência divina”, Trump está emergindo como uma figura-chave em um grande esforço para reformular radicalmente os sistemas social, político e econômico da América.

Desafios

A revolução de Trump desafia quatro aspectos principais do liberalismo arraigado na América.

Primeiro, a crença liberal em impor seus “valores superiores” à sociedade — abrangendo identidade de gênero, discurso permissível, educação e o relacionamento entre indivíduos.

Trump prometeu restaurar a liberdade de expressão e reintroduzir valores tradicionais na vida cívica.

Ao contrário de Biden, Trump não categoriza o mundo em “democracias” e “autocracias”, nem busca promover os direitos humanos globalmente.

Segundo, desfaz a noção liberal de que fronteiras são irrelevantes e que a América deve acolher todos os migrantes.

O foco de Trump é recuperar o controle sobre as fronteiras dos EUA e deportar estrangeiros ilegais.

Terceiro, a ideia liberal de que a América pode absorver indefinidamente as exportações globais perdeu apoio. O debate atual se concentra nas medidas necessárias para reequilibrar o comércio dos EUA com o mundo.

Tanto republicanos quanto democratas se opõem à estrutura de comércio global centrada na OMC, instituição que Trump já rompeu na posse.

Quarto, desde a Segunda Guerra Mundial, os internacionalistas liberais em Washington têm insistido que os americanos devem “suportar qualquer fardo e pagar qualquer preço” para sustentar a liderança global dos EUA.

Trump discorda, e detesta os “globalistas”.

Exige a primeira prioridade para os interesses dos americanos.

Observa-se que Trump está emergindo como uma figura-chave para reformular radicalmente os sistemas social, político e econômico da América.

Realmente, uma Revolução à vista!

Hoje na história

1808 — Chegada no Brasil da família real portuguesa depois de fugir da invasão francesa de Portugal dois meses antes.

1968 — Apollo 5 lança o primeiro voo teste não tripulado do Módulo Lunar Apollo

1970 — Boeing 747, o primeiro “jumbo jet” do mundo, entra em serviço comercial para o cliente de lançamento Pan Am com sua viagem inaugural do Aeroporto de NY.

1971 — Fundação da Universidade Federal do Acre.

1984 — Apple Macintosh, o primeiro computador de consumo a popularizar o mouse do computador e a interface gráfica do utilizador

2006 — Evo Morales toma posse como presidente da Bolívia, tornando-se o primeiro presidente indígena do país.

2008 — Brasil comemora os duzentos anos da chegada da corte portuguesa a Salvador.

2012 — Croatas referendam favoravelmente a adesão à União Europeia.

Curtinhas

+ Grande lição do presidente americano Calvin Coolidge (1923-1929): "O principal negócio do povo americano é o negócio".

+ Biden retirou Cuba da lista de países que promovem o terrorismo para facilitar o diálogo entre Havana e a Igreja Católica.Com a retirada de Cuba da lista, os únicos Estados que permanecem são a Coreia do Norte, o Irã e a Síria.

+ Com exportações de US$ 40,3 bilhões para os EEUU em 2024, poderá ser o Brasil gravemente prejudicado se Trump concretizar suas ameaças protecionista. O maior risco seria um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China. Nesse caso, a China passaria a comprar mais produtos americanos, com foco em commodities (matérias-primas) agrícolas, afetando negativamente o nosso agronegócio, sobretudo o ferro, alimentos e a soja.

 

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