terça-feira, 8 de outubro de 2024

ANÁLISE POLÍTICA: "AGORA É SÓ AGUARDAR!"

 


Ney Lopes

Se ter o maior número de prefeituras do país significa força política, nesta eleição de 2024 houve um avanço de partidos de centro, com maior força do PSD, que passou de 654 prefeituras para 867.

O MDB continua com força municipalista, com 832.

O PT saiu de 183 para 238 cidades e o PSDB perdeu 256 cidades, de 520 para 264.  

O PL, Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, cresceu de 4,7 milhões de votos para prefeito em 2020 para 15,7 milhões de votos em 2024, um crescimento percentual de 236,2%.

O União Brasil, partido que teve um crescimento expressivo em número de prefeituras nos últimos anos, chegando a 605 atualmente, recuou nessa eleição.

O partido fez 578 prefeitos, enquanto dez ainda disputam o segundo turno

Considerando todas as cidades com mais de 200 mil eleitores, o PL elegeu 10 prefeitos e colocou outros 23 no segundo turno.

Em comparação, o PT teve só dois prefeitos em cidades desse tamanho, em Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais.

 Natal & RN

Observe-se, por necessário, que nunca na história eleitoral brasileira, tanto dinheiro foi gasto numa eleição.

O Fundo Eleitoral ultrapassou os limites do razoável, além dos recursos privados derramados nas campanhas.

Em Natal, uma característica da eleição foi o percentual de 25% de abstenção.

Número recorde.

Ou, seja, um quarto do eleitorado não votou, o que mascarou os resultados.

No RN, o grande vitorioso foi o prefeito Allyson Bezerra, de Mossoró.

Sem dúvida, uma liderança que já nasce consolidada. Um nome irreversível para disputar o governo do Estado em 2026, salvo se recusar.

Atingiu um percentual de apoio (superior a 2/3 do eleitorado), que legitima a sua liderança, numa cidade antes marcada pela presença familiar histórica dos Rosados nas eleições.

Diante dos resultados, a eleição coloca, ainda, em posições privilegiadas o prefeito Álvaro Dias, de Natal, pela condução do processo: o senador José Agripino pela discrição e firmeza como colocou o seu partido na disputa, afinal vitorioso e o presidente Jair Bolsonaro, com notória presença no eleitorado potiguar.

Carlos Eduardo

O candidato Carlo Eduardo foi infeliz na estratégia de campanha adotada.

Aceitou um marketing “importado”, que desconhece a cidade.

Acomodou-se como “imbatível”, diante da sucessão de pesquisas anteriores sempre o colocando bem para a disputa.

Começou a cair sem causas aparentes, pois nenhum fato novo acontecera.

O nervosismo demonstrado no último debate da campanha o prejudicou, por evidenciar insegurança.

Enfim, o maior responsável pela má performance de Carlos Eduardo se chama Carlos Eduardo Alves.

2026

Acho que será muito relativa a influência de 2024 no pleito de 2026.

Até lá outro cenário surgirá, em função da qualidade ou não da administração dos prefeitos eleitos.

Dependerá da presença ou não de Bolsonaro como candidato a presidente, com a reconquista de sua elegibilidade.

No RN, desenha-se que o senador Rogério Marinho, candidato a governador, tentará fazer da Prefeitura de Natal o seu comitê eleitoral.

Paulinho aceitará?

Ocorre que o União Brasil, partido de Paulinho, certamente terá compromisso com o prefeito Allyson Bezerra, de Mossoró.

Quanto ao prefeito Álvaro Dias, a tese dominante é que se contentará em disputar o Senado, afastando-se do governo do estado.

Resta saber, se o companheiro de chapa será Rogério ou Allyson.

Segundo turno

A cautela deve prevalecer neste segundo turno. Como no primeiro turno, no segundo poderá acontecer surpresa.  

Paulinho tem estilo conhecido da cidade.

Articula bem e transmite simpatia.

Conta com forte apoio do empresariado interessado no Plano Diretor de Natal.

Natália ninguém subestime.

Muito competente no seu estilo de fazer política.

Dependerá da condução da campanha.

Se radicalizar PT e ante PT, ela poderá perder espaço.

Se for campanha de propostas concretas, ela tem bom desempenho verbal e dependerá do que defenda, ou rejeite.

Cabe, entretanto, observar que no Rio Grande do Norte, Lula em 2022  venceu com 65,10%, tendo um total de 1.326.785 de votos computados, enquanto Bolsonaro teve 34,90%, com 711.381votos.

Em Natal, Lula venceu com 52,96%

Agora é só aguardar o desenrolar dos fatos.

Em tempo – Ressalve-se o desempenho do governador Tarcísio de Freitas, de SP, o maior responsável pela vitória no primeiro turno de Ricardo Nunes.

Tarcísio viu seu partido quadruplicar de tamanho no interior, elemento fundamental para suas pretensões políticas futuras de candidato à presidente da República.

 

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