Ney Lopes
2024, uma eleição pacífica em todo o país.
Observe-se, por necessário, que nunca na história eleitoral brasileira, tanto dinheiro foi gasto numa eleição.
O Fundo Eleitoral ultrapassou os limites do razoável, além dos recursos privados derramados nas campanhas.
Outro fator típico desta eleição em Natal foi o percentual de 25% de abstenção.
Número recorde.
Ou, seja, um quarto do eleitorado não votou o que mascarou os resultados.
O perfil geral mostra ascensão da direita e conservadores, o que, entretanto, não significa que a esquerda tenha tido prejuízos irreparáveis.
Foi enfraquecida, apenas.
Cabe reconhecer, o acerto da pesquisa que colocou Paulinho Freire como ganhador do primeiro turno em Natal.
O país está dividido entre direita e esquerda.
O centro, ou terceira via, foram praticamente isolados.
Uma posição independente e que acolha princípios e teses de esquerda e direita não prosperou no país.
Prevalece a ortodoxia do radicalismo, quase sem diálogo, o que é muito ruim.
A seguir algumas indagações e análises.
“No RN quais os vitoriosos na eleição? ”
O grande vitorioso foi o prefeito Allyson Bezerra, de Mossoró. Sem dúvida, uma liderança que já nasce consolidada.
Um nome irreversível para disputar o governo do Estado em 2026, salvo se recusar.
Atingiu um percentual de apoio (superior a 2/3 do eleitorado), que legitima a sua liderança, numa cidade antes marcada pela presença familiar histórica dos Rosados nas eleições.
Diante dos resultados. a eleição coloca, ainda, em posições privilegiadas o prefeito Álvaro Dias, de Natal, pela condução do processo: o senador José Agripino pela discrição e firmeza como colocou o seu partido na disputa, afinal vitorioso e o presidente Jair Bolsonaro, com notória presença no eleitorado potiguar.
“Quem se saiu mal na eleição?
O candidato Carlo Eduardo foi infeliz na estratégia de campanha adotada. Aceitou um marketing “importado”, que desconhece a cidade.
Acomodou-se como “imbatível”, diante da sucessão de pesquisas anteriores sempre o colocando bem para a disputa.
Deixou que prosperasse a ideia de ser uma pessoa distante dos amigos, isolado, sem retorno de conversas.
O somatório desses fatores penetrou no eleitorado e “deu no que deu”.
Começou a cair sem causas aparentes, pois nenhum fato novo acontecera. O nervosismo demonstrado no último debate da campanha o prejudicou, por evidenciar insegurança do candidato.
Enfim, o maior responsável pela má performance de Carlos Eduardo se chama Carlos Eduardo Alves.
“Carlos Eduardo foi prejudicado por fator externo? ”
Sim. A “família Alves” à qual pertence, demonstra queda eleitoral e política no estado, semelhante ao que sofrem os Rosados em Mossoró.
Ao acompanhar-se de primos e parentes, antes dissidentes, o eleitorado o rejeitou.
“E 2026? Quem se beneficiária dos resultados de 2024? ”
Acho que será muito relativa a influência de 2024 no pleito de 2026.
Até lá outro cenário surgirá, em função da qualidade ou não da administração dos prefeitos eleitos.
Dependerá da presença ou não de Bolsonaro como candidato, com a reconquista de sua elegibilidade.
No RN, desenha-se que o senador Rogério Marinho, candidato a governador, tentará fazer da Prefeitura de Natal o seu comitê eleitoral.
Paulinho aceitará?
Ocorre que o União Brasil, partido de Paulinho, certamente terá compromisso com o prefeito Allyson Bezerra, de Mossoró, que terá chances totais de disputar o governo do estado.
Quanto ao prefeito Álvaro Dias, a tese dominante é que se contentará em disputar o Senado, afastando-se do governo do estado.
Resta saber, se o companheiro de chapa será Rogério ou Allyson.
Compromissos de Paulinho Freire
Ainda desconhecidos os compromissos administrativos de Paulinho Freire para Natal.
O que sabe é que ele tem compromissos com empresários para implantar totalmente o Plano Diretor de Natal.
Quanto a Natalia, nada se sabe, ainda.
Conclusão
A cautela deve prevalecer neste segundo turno.
Como no primeiro turno, no segundo poderá acontecer surpresa.
Paulinho tem estilo conhecido da cidade. Articula bem e transmite simpatia.
Natália ninguém subestime. Muito competente no seu estilo de fazer política.
Dependerá da condução da campanha.
Se radicalizar PT e ante PT, ela perde espaço.
Se for campanha de propostas concretas, ela tem bom desempenho verbal e dependerá do que defenda, ou rejeite.
Agora é só aguardar o desenrolar dos fatos.
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