quarta-feira, 31 de julho de 2024

OPINIÃO: "QUANDO DIREITA E ESQUERDA SE UNEM NO APOIO A DITADURAS"

 


Ney Lopes

Acontece na Venezuela o que se esperava: o ditador não quer entregar o poder.

Neste contexto, as vacilações do governo brasileiro deixaram o nosso país numa posição delicada, segundo análise de um diplomata.

O Brasil passou de condição de fiador da Venezuela à condição de responnsável pelo fim da crise.

O que se observa é um fenômeno perigoso para a realidade política global.

Direita e esquerda sempre se unem para apoiar regimes totalitários.

Veja-se. O PT já emitiu nota apoiando Maduro, ex-motorista de ônibus e ativista sindical, e afirmando que a eleição foi jornada “pacífica, democrata e soberana”.

Russia, China, Cuba e México (governado por um comunista) fizeram o mesmo.  

Posição partido comunista

Enquanto issso, a própria esquerda, através do  PVC (Partido Comunista da Venezuela) publicou  nota contrária à autoproclamada vitória de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) na eleição à Presidência.

Segundo o partido, o anúncio do resultado “contrasta abertamente com o ânimo que existiu durante o processo eleitoral”.

O partido também pediu que as forças “genuinamente democráticas” unam forças para “defender a vontade do povo venezuelano.

Outro exemplo é a Internacional Socialista que publicou nota condenando o governo Maduro, sobretudo a expulsão de cinco embaixadores, que criticaram o processo eleitoral faccioso do país.

O PT

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann recentemente divulgou nota defendendo o o grupo  terrorista Hamas, qualificando defensor da causa palestina, que em pouco mais de 200 dias do conflito, matou quase 43 mil palestinos em Gaza.

As maiores vítimas são crianças, quase 19 mil morreram, 44% do total de vítimas, conforme Ualid Rabah.26

Não se nega que Israel tem direito de se defender.

Mas nunca da forma como vem ocorrendo em Gaza.

Não é pela razão do Hamas cometer um cruel ato terrorista contra Israel, que existia o direito de matar inocentes.

Questão humanitária.

A conclusão é que sempre à direita justifica atos do seu bloco (em relação a Israel, por exemplo) e esquerda igualmente (envolvendo Venezuela, China, Rússia e outros).

Não há princípios.

Há interesses, sobretudo econômicos.

Luta

No caso específico da Venezuela, o povo terá que lutar e está lutando. Maduro montou uma farsa, com base em decisão final de um Conselho Eleitoral que fez a presumida contagem de votos, nomeado por ele, com amigos e parceiros conhecidos.

Se não houver resistência, uma das nações mais ricas da América Latina pode seguir o caminho de Cuba e Nicarágua e parar até mesmo de realizar eleições competitivas no futuro.

A contestada vitória eleitoral de Maduro não resolverá seus maiores problemas: falta de reconhecimento internacional, sanções dos EUA, UE e Reino Unido e processos judiciais contra ele e seu círculo íntimo.

Sabe-se que houve um longo silêncio da autoridade eleitoral controlada pelo estado, após o fechamento da votação, seguido pela declaração de um triunfo "irreversível" para o presidente, sem nenhuma análise dos números.

Lealdade

O ministro da defesa Vladimir Padrino López emitiu uma declaração reiterando a “lealdade mais absoluta e apoio incondicional” das forças armadas a Maduro.

Os militares venezuelanos foram cooptados por aumento de salário milionário, com somas altíssimas pagas as várias patentes.

Certamente, influi nessa decisão de solidariedade.

O Conselho Eleitoral não deu informações detalhadas até agora, sobre as atas eleitorais.

Só anuncio verbal da vitória oficial.

Representantes da oposição disseram que em muitas seções eleitorais os soldados removeram as urnas e as contagens dos resultados, em vez de fornecer cópias às testemunhas do partido.

Governo caindo

Ontem, no final da tarde, milhares de motociclistas anti-Maduro – a maioria dos bairros – varreram as ruas de Caracas buzinando e agitando bandeiras.

Este é Petare representando! Estamos descendo [das colinas] e o governo está caindo! ” gritou um motociclista enquanto o tsunami de veículos avançava, registra o NYT.

Maduro promete reprimir o que ele chama de "contrarrevolução violenta", enquanto mais de 700 prisões são feitas.

ONG Foro Penal disse que seis pessoas morreram nos confrontos.

O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, disse estar “extremamente preocupado” com a situação, acrescentando: “os responsáveis ​​pelas violações dos direitos humanos devem ser responsabilizados”.

O cenário de revolta popular está montado na Venezuela.

Resta aguardar o desenlace!

Deus queira que não se repitam os episódios passados do ex-presidente da Romênia Nicolae Ceausecu ou Kadafi da Líbia.

Hoje na história

1944 — Faleceu Antoine de Saint-Exupéry, aviador e escritor francês

O Dia mundial do guarda florestal, 31 de julho, é uma data dedicada a homenagear os profissionais responsáveis pela preservação da fauna e da flora nas áreas naturais

2006 — Após 46 anos no poder, Fidel Castro deixa o cargo de presidente de Cuba, passando-o para seu irmão, Raul Castro.

2008 — Comprovada existência de água em Marte.

31 de julho: Dia da Mulher Africana e Dia Internacional do Abacate.

1971- Os astronautas da Apollo 15, David Scott e James Irwin dirigiram o veículo lunar Rover na superfície da lua

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