Ney Lopes
Chega ao fim, a efervescência política na Espanha e Argentina, com as eleições de primeiro ministro e presidente.
Disputas ultra acirradas.
Na Espanha, o processo eleitoral tem particularidades.
A eleição do último 23 de julho deu vitória de Pirro à direita, que ganhou, mas não levou.
Alberto Feijóo, do PP, de direita, venceu o pleito, mas não conseguiu formar o governo.
Tudo levava a crer, que o atual primeiro ministro Pedro Sanchez, esquerda, após a derrota, não teria chances de formar governo de coalizão e manter-se no poder.
Seguindo a tradição, o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo para primeiro-ministro, por ter sido o mais votado, que foi rejeitado pelo Parlamento.
Repetiu-se a votação e o socialista Pedro Sánchez, atual primeiro ministro, surpreendentemente ganhou a eleição.
O preço da vitória de Sánchez, que governa o país desde 2018, foi anistiar aqueles que tentaram se separar do país em 2017.
Incluem-se o perdão de uma dívida de 15 bilhões de euros e a permissão da autonomia financeira da Catalunha, região que concentra 20% do PIB espanhol e 16% da população.
Direita e o Judiciário contestam o pacto de Sánchez, que já tomou posse ontem, perante o rei Felipe VI.
Na Argentina, realiza-se amanhã, 18, o segundo turno da eleição presidencial.
A campanha foi a mais disputada da história.
Pesquisas mostram empate técnico, com pequena vantagem para Milei.
Milei formou movimento político popular do nada.
Massa conseguiu raspar os escombros de grupo político em decadencia e tornar-se seu líder virtual.
Massa usa o medo de Milei para se promover na campanha, alegando não saber se ele é um homem inteligente ou um louco.
“Com 45% de pobres, 10% de indigentes, de que medo eles falam? Isso é que é o verdadeiro terror” – contesta Milei.
Massa é recusado por eleitores, face o argumento de que ele presidente não resolveria o caos que criou como ministro da Economia.
Observadores identificam um Milei diferente.
De candidato sem partido, passa a ser candidato com partido e agrega rede de líderes do bloco “Juntos pela Mudança”.
Milei estaria se movendo da direita para a centrodireita.
Massa optou por final discreto de campanha, desvinculando-se do kirchnerismo linha-dura, em um almoço com os principais empresários do país.
Buscou o voto de jovens e da terceira idade.
Milei liderou um comício diante de milhares de pessoas, em Córdoba, segundo colégio eleitoral argentino.
Ele concentrou suas críticas ao kirchnerismo e falou que o país "já está no inferno".
Os votos em branco e as abstenções não serão como em 1963, quando a ausência de opções – o peronismo foi proibido – fez do voto em branco a primeira opção.
É esperar para ver no futuro, em que dará o alvoroço político da Espanha e Argentina, ocorrido nestas eleições!
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