No mesmo dia em que a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) 8/2021, que
limita as decisões monocráticas nos tribunais superiores, foi protocolada nesta
quarta-feira (4), no Senado, a PEC 51/2023, que restringe a 15 anos os mandatos
dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta promove ainda
modificações no processo de escolha dos membros dessa corte e dos demais
tribunais superiores.
Após participar da sessão especial em homenagem aos
35 anos da Constituição de 1988, o presidente do Senado e do Congresso, senador
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou não haver qualquer crise entre os Poderes.
Ele considera “ser natural e não constituir qualquer afronta ou enfrentamento
ao Poder Judiciário ou ao Supremo Tribunal Federal” debater alterações com
relação aos tribunais superiores.
“Então, quando se fala nessa pauta que interessa o
Poder Judiciário, como é das decisões monocráticas que foi aprovada na Comissão
de Constituição e a própria discussão sobre o tempo fixo de mandato de ministro
do Supremo Tribunal Federal, basta identificar as ideias individualizadas. É
interessante termos uma regulação com relação as decisões democráticas, para
que o mais sagrado do Supremo, que é a sua colegialidade, [possa] prevalecer.
Não é nada irracional”, declarou Pacheco.
Da mesma forma, não há irracionalidade, segundo o
presidente, em debater os mandatos fixos, “que são adotados em outros países,
que é uma tese defendida por diversos setores, inclusive do próprio Poder
Judiciário”.
“Daqui a pouco nós vamos discutir o instituto da reeleição do
Brasil, coincidências de eleições, eventualmente passar mandatos de quatro para
cinco anos sem reeleição. São ideias postas que atingem o Poder Executivo, mas
que também não são afronta ao Poder Executivo. São reflexões e deliberações,
que é papel do Congresso fazer e aqui é a casa do povo e nós somos votados pra
isso. Somos os legítimos representantes da sociedade, que interessa ao
Judiciário, que interessa ao Executivo, mas que são decididas no Legislativo”,
complementou.
O
presidente do Senado disse que são prioridades na Casa pautas como a reforma
tributária, a sustentação do regime fiscal, transição energética, fim da
reeleição, entre outras. Para Pacheco, cada Poder tem a sua autonomia para
definir sua pauta.
“Vamos
discutir a questão das drogas, por exemplo. Nós temos a percepção de que a
prerrogativa da decisão da política antidrogas através de uma lei é do
Congresso Nacional. Não pode haver uma descriminalização de um tipo penal que
foi concebido no ordenamento jurídico pelo Congresso. Assim como interpretamos
que a questão do marco temporal também deve ser uma definição do Congresso
Nacional, tanto que foi votado o projeto de lei nas duas Casas e agora
submetido ao presidente da República”, enfatizou.
Portal 98FM
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