Ney Lopes
Já nas ruas a eleição de 2022.
Pela experiência política que tenho, de vários mandatos e funções públicas, nunca vi o que acontece agora.
Fui deputado federal por seis mandatos.
Inexistia Fundo Eleitoral.
Lutava por valores ínfimos no Orçamento, para ajudar legitimamente prefeituras e instituições.
Para liberar as verbas era uma verdadeira via crucis, sujeito a “golpes baixos” dos próprios colegas, como aconteceu com verbas que destinei à Apodi e Jardim do Seridó, usurpadas por outros parlamentares do estado, em decorrência do ”jogo sujo” utilizado.
Resultado: perdi apoios eleitorais nesses municípios.
Hoje, cada deputado e senador tem 60 milhões de reais para distribuir com quem queira, mais o “orçamento secreto”, com a certeza antecipada, de que o crédito é feito automaticamente na conta da prefeitura.
Esse dinheiro é distribuído pelos ministros, sem nenhum critério de transparência.
Define-se a destinação dos recursos, por meio de "acertos" para apoio político.
Somam-se, ainda, os bilhões do Fundo Eleitoral.
Somente com propostas, ideias e espírito público é absolutamente impossível disputar uma eleição.
O maior exemplo da "farra eleitoral" é a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), subordinada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, que curiosamente atua nos 167 municípios do RN.
Foram “distribuídos” quase R$ 600 milhões, desde 2021.
O RN assistiu ultimamente passeatas em municípios com a presença de pré-candidatos e desfiles de caminhões basculantes, caminhões de lixo, tratores, implementos agrícolas, moto niveladoras e retroescavadeiras, tudo doado com dinheiro público, notoriamente a serviço de campanha eleitoral.
Merecimento - Ninguém se opõe, nega, ou protesta, contra a ajuda dada aos prefeitos e municípios, que são necessitados.
O incorreto é a forma ostensiva de cooptação eleitoral, que desequilibra a disputa e destrói a democracia.
A eleição de 2022 se prenuncia como a eleição do “pode tudo”.
Somente dará errado, se o “eleitor” acordar e rejeitar aqueles que se apresentem como Papai Noel de verbas públicas.
Olho aberto
Parasitas– A União gasta com os funcionários federais “civis” o menor valor desde 2008.
O ministro Paulo Guedes, que chamou os servidores de “parasitas”, fez estrepitosa exposição para investidores, mostrando que o “sufoco” do funcionalismo civil, sem aumento há 10 anos, (salvo “privilegiados”), é a prova da eficiência do governo.
Enquanto isto – O Brasil teria reduzido em 20.7% a dívida pública (fechou em 2021 em 80.3% do PIB), caso o governo não tivesse instituído 22 novas desonerações (incentivos, isenções e imunidade), sem medida de compensação.
A conta foi elevada para R$ 442 bilhões, quase 4,7% do PIB. Esse tipo de política é alimentando pelo lobby bem-sucedido de empresários, em busca de benesses a seu respectivo setor, sem prestação de contas.
Nada contra – O incentivo à empresa é legítimo, desde que inserido numa política econômica, que não puna a classe média, os assalariados e a pobreza.
Ao contrário do restante das economias capitalistas, o Brasil não cobra Imposto sobre distribuição de lucros e dividendos.
Injustiça - Veja-se: o Banco Itaú distribuiu 7,679 bi de lucros só no 2º trimestre e o Bradesco R$ 7,041 bi. Sobre esses valores não foi arrecadado um centavo de imposto.
Quando se trata de beneficiar servidor federal civil, ou categorias de baixa renda, o argumento de sempre é que não há recursos.
Será? Protestar contra essa dura realidade é comunismo?
Ou, clamar por democracia social?
Lula- O PROS retira a candidatura de Pablo Marçal e apoiará Lula, que tem 10 partidos ao seu lado.

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