Londres – Novos acusações de assédio sexual em emissoras de TV vieram à tona esta semana nos Estados Unidos e Reino Unido, envolvendo as redes ABC e BBC. Nas duas situações, além de apontarem seus agressores, as autoras das denúncias jogam sobre as empresas a responsabilidade de supostamente terem acobertado os casos.

Nos EUA, Kirstyn Crawford, que foi produtora no programa Good Morning America, um dos shows de maior audiência no EUA, entrou com processo na Suprema Corte do Estado de Nova York alegando que Michael Corn, todo-poderoso do programa  assediou em 2015, durante uma viagem de negócios a Los Angeles. Ela afirma que a ABC sabia da situação e ainda promoveu o executivo.

Do outro lado do Atlântico, uma ex-repórter da BBC afirmou ter sido assediada quando trabalhava infiltrada em uma agência de modelos nos anos 1990, e reclama não ter recebido apoio da emissora. Lisa Brinkworth revelou o caso no programa 60 Minutes Australia, gerando repercussão no Reino Unido.

Brinkworth acusou a BBC de “trair”a ela e outras vítimas de agressão sexual, dizendo que a emissora impôs barreiras a seus esforços para obter acesso à fita filmada na noite da alegada agressão e aos cadernos nos quais ela documentou sua experiência.

Apesar de ter gravado uma fita detalhando o incidente naquela mesma noite, a jornalista afirma que foi instruída a não se apresentar à polícia por medo de que isso “abreviasse a investigação” jornalística. A BBC afirma que “fez tudo que podia” para ajudar a então funcionária.