sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Ataques de ransomware crescem e estão associados à espionagem industrial e campanhas de vazamentos de dados

 


Em webinar do CEBRI, o assessor do Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro alerta para risco crescente de espionagem industrial 

No evento “Ataques cibernéticos e vazamento de dados” realizado ontem (18/08) pelo CEBRI, em parceria com a Siemens Energy, o Coronel João Marinonio Carneiro afirmou que ataques de ransomware podem favorecer a espionagem industrial. “Estamos acompanhando com certa tensão o número de ataques de ransomware, que têm se tornado mais frequentes e podem ser uma estratégia para desviar a atenção de campanhas de vazamento de dados e espionagem industrial”, alertou o assessor do Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro (TBC). Carneiro citou casos recentes como os ataques hackers à JBS, no início de junho, e ao grupo norte-americano Colonial Pipeline, em maio. 

 

Além de medidas de resiliência cibernética e de planos de contingência, Carneiro enfatizou a importância de instituições reportarem eventuais ataques cibernéticos. “Muitas vezes com receio de ter sua imagem afetada, empresas deixam de fazer essas notificações. É importante que esses ataques sejam reportados para que possamos fazer uma avaliação do incidente e para que tenhamos uma visão cada vez mais ampla sobre a segurança cibernética no país”, enfatizou. 

 

A implementação de práticas de segurança exige investimentos e para o ex-Chefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) do Exército Brasileiro e Senior Fellow do CEBRI, Paulo Sergio Melo de Carvalho, a questão é urgente. “As empresas e instituições públicas precisam priorizar investimentos na área de segurança cibernética”, afirma.


Além de evitar invasões e vazamento de dados, práticas de segurança no mundo digital fortalecem a imagem das empresas no mercado financeiro. O General Manager da Siemens Energy Brasil e Conselheiro do CEBRI, André Clark, destacou que boas práticas de segurança podem ser vistas com bons olhos por acionistas. “Cada vez mais os acionistas se preocupam sobre a ESG das organizações e a cybersegurança tem se tornado parte importantíssima da governança empresarial”, frisou. 

 

Para a Coordenadora de Cyber Security da Siemens Energy Brasil, Laura Carrijo, as empresas devem estabelecer uma cultura de proteção de dados. “É importante que as instituições definam procedimentos de segurança cibernética como uma prática cotidiana seja no nível individual, quanto coletivo”, explicou.   

 

sócia fundadora do Peck Advogados e Conselheira titular do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), Patricia Peck, alertou para a importância da educação digital: “A internet nasceu sem uma lógica de segurança. O Estado e as instituições podem cumprir um papel fundamental de conscientização da população sobre o uso das novas tecnologias”, defendeu a advogada. 


Mais informações:

imprensa@cebri.org.br

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