quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Pressão do Agro faz governo recuar e travar lista que chamava tilápia de “invasora”

 

Foto: Reprodução

A pressão do agro falou mais alto e o governo Lula teve que pisar no freio: a lista nacional que classificava a tilápia como espécie exótica invasora foi suspensa temporariamente nesta quinta-feira (4) pela Conabio, do Ministério do Meio Ambiente. O setor temia novas travas ambientais que poderiam atingir em cheio a produção do peixe mais cultivado do Brasil — e, no Nordeste, afetar também o camarão vannamei, um dos carros-chefes do RN.

A lista, divulgada em outubro, acendeu o alerta em produtores de todo o país porque poderia elevar custos, travar licenças e até prejudicar exportações. O Ministério tenta minimizar dizendo que a classificação não proibiria o cultivo, mas o próprio governo não se entendeu: o Ministério da Pesca chegou a pedir oficialmente a retirada da tilápia da lista, alegando insegurança jurídica e risco de imagem do país lá fora.

A polêmica começou porque a tilápia — originária da África — vem sendo encontrada fora das áreas de criação, o que o ministério aponta como desequilíbrio ambiental. Pesquisadores dizem que ela é territorialista, resistente e até sobrevive em água salgada.

Mas para o setor produtivo, especialmente no RN, onde o agronegócio e a carcinicultura têm peso gigantesco na economia e no emprego, a proposta era tecnicamente frágil e poderia paralisar uma cadeia que movimenta bilhões.

Com o recuo, o governo agora promete “ouvir o setor” antes de retomar a análise. Enquanto isso, produtores respiram aliviados.

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