quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

ANÁLISE: "LULA LEMBRA GOLPE QUE NÃO HOUVE"

 

Ney Lopes

Hoje, 8, marca os dois anos da invasão e depredação do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto por extremistas.

O presidente Lula resolveu promover um ato, com pompas e circunstancias, para lembrar o “golpe” de 8 de janeiro.

O gesto presidencial é desagregador. Separa ainda mais o país.

É condenação a um golpe, que não houve.

A prova maior é o anunciado esvaziamento político da cerimonia e o notório descontentamento de militares.

O Presidente do Senado já confirmou que não deve acompanhar evento; Arthur Lira está em Alagoas e aliados dão ausência como certa.

Percebe-se, que a verdadeira intenção do presidente é o confronto político com o chamado bolsonarismo.

Não há razões concretas para a confirmação de que houve um golpe no Brasil (ou mesmo tentativa).

Senão vejamos. Até hoje, a justiça apura casos específicos. Inexiste, portanto, coisa julgada capaz de induzir responsabilidades.

Em nenhum momento houve deslocamento de tropas e jamais os insurretos ocuparam o poder federal.

Nenhuma decisão foi tomada pelos invasores, salvo os condenáveis atos de vandalismo.

Os fatos mostram que não houve golpe porque faltou ação organizada e estruturada de forma hierárquica, com divisão de tarefas, financiamento adequado e armamento capaz de se contrapor à estrutura de segurança interna e externa do país.

Por outro lado, as pessoas que destruíram as instalações dos três poderes não estavam fortemente armadas (dispunha pedras objetos cortantes, porretes etc.), como necessário para um golpe de estado.

Necessariamente teriam de contar com o apoio dos Governadores e Prefeitos em sua esmagadora maioria, o que aconteceu em 64 e seguramente não aconteceria agora.

Diante dessa realidade, e as incertezas do 8 de janeiro, o caminho será a anistia política, com a punição de quem comprovadamente praticou crimes comuns.

Lembro que em 1835, na Regência, foi concedida anistia a "todas as pessoas envolvidas em crimes políticos” no Brasil.

Um bom precedente para repetir-se agora.

O que se espera é uma revisão de posicionamento, de forma que a anistia preencha o seu conceito originário, herdado da Grécia.

Somente assim haverá  trégua política no país.

Hoje na história

1799 — Revolução Francesa: golpe de Estado de 18 de brumário de Napoleão.

1889 — Ruy Barbosa escreve o artigo intitulado Plano contra a Pátria que infla os ânimos em direção à Proclamação da República do Brasil.

1918 — A Alemanha passa a ser uma República.

1945 — O Canadá é admitido como Estado-membro das Nações Unidas.

1953 — O Camboja se declara independente da França.

1968 — Início simbólico das obras da Ponte Rio-Niterói.

1989 — Queda do Muro de Berlim.

1998 — A pena de morte é abolida no Reino Unido.

2004 — Lançamento do navegador Mozilla Firefox 1.0.

2016 — Donald Trump é eleito o 45º presidente dos Estados Unidos.

Curtinhas

+ Os primeiros carros elétricos chineses fabricados no Brasil chegarão ao mercado em março de 2025. A fábrica que é a montadora BYD está construindo na Bahia e ocupa um vazio deixado pela empresa americana FORD.

+ O Papa Francisco nomeou a primeira mulher para o comando de um dicastério (similar a um ministério), a Irmã Simona Bramblia. A decisão marca um importante passo para o legado do religioso, que assumiu compromisso de expandir a liderança feminina na Igreja Católica.

+ O turismo do RN abre espaço na Argentina. Hoje são quatro ligações aéreas: uma com saídas às quartas-feiras e sábados. E outra com partidas aos sábados e chegadas nas madrugadas de domingo.

+ Setor de planos de saúde tem lucro líquido de R$ 5.6 bi, diz ANS, equivalente a 3,27% da receita total acumulado de R$ 170 bilhões.

+ Fernanda Torres na disputa do Globo de Ouro ganhou para Angelina Jolie e Nicole Kidman.

O Hospital Israelita Albert Einstein, SP, é considerado o melhor hospital da América Latina, em pesquisa internacional.

+ O alistamento militar feminino atingiu número inédito. São cerca de 7 mil inscrições para 1.465 vagas disponibilizadas em Brasília (DF) e em outros 28 municípios de 13 estados

+ Justa a decisão do governo conceder reajustes salariais e uma reestruturação significativa ao funcionalismo público civil da União.

Publicado jornais "Tribuna do Norte" (Natal) e "Jornal de fato" (Mossoró, RN), além de vários blogs do RN. 

 

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