segunda-feira, 8 de julho de 2024

ANÁLISE: ELEIÇÕES NA FRANÇA E REINO UNIDO DÃO VITÓRIA A ESQUERDA

 

Macron sai debilitado das eleições e luta para não se tornar um “pato manco” na política. A sua abertura à esquerda terminou enfraquecendo-o.

Ney Lopes

07.07.34 ás 16.37

Notícias atualizadas informam, que  a Nova Frente Popular, que agrega as esquerdas, aparece em primeiro lugar nas projeções da segunda volta das eleições francesas, num volte-face inesperado face a todas as sondagens. Em segundo lugar, o partido do Presidente Macron, deixando remetido para terceiro lugar a direita radical de Bardella e Marine Le Pen. Melénchon, o líder da França Insubmissa, já exigiu a Macron que nomeie um primeiro-ministro de esquerd

A aliança das esquerdas Nova Frente Popular venceu a segunda volta das legislativas francesas, segundo as projeções Ipsos, Ifop e Elab.

De acordo com a estimativa Ipsos, a aliança da esquerda Nova Frente Popular (NFP) elege entre 172 e 192 deputados, à frente do campo do presidente Emmanuel Macron, Juntos pela República, que elege entre 150 e 170. O Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen e Jordan Bardella, que venceu na primeira volta e era o favorito das sondagens, terá entre 132 e 152.

Matéria postada anteriormente

Uma boa notícia em matéria de política é o anuncio por analistas de política internacional de que os resultados, sobretudo, das últimas eleições no Reino Unido e na França, criam condições para o fortalecimento do centro político.

 Caso se concretize, a democracia se fortalece. Não se justifica essa polarização entre “esquerda e direita”, criando inclusive comportamentos patológicos, com pessoas intoxicadas por informações falsas gerando tumulto, usando palavras de baixo calão, querendo a todo custo impor as suas ideias.

O novo primeiro ministro do Reino Unido lidera o processo de uma nova concepção política, apoiada no equilíbrio e não nos extremos. Ele coloca a estabilidade política como chave do processo de recuperação do Reino Unido.

Não haverá mudança nas políticas do Reino Unido em relação à sua crença na importância de um relacionamento forte com os Estados Unidos, seu papel na OTAN e seu apoio à Ucrânia. Mas mudança significa estabilidade precisamente porque os últimos anos de governo conservador foram instáveis, incluindo cinco mudanças de primeiro-ministro nos últimos nove anos.

O Partido Trabalhista inglês foi desradicalizado pelo novo líder Keir Starmer para se tornar uma alternativa para a maioria da população. Starmer não é um líder trabalhista particularmente radical. Sob o antigo promotor público, o Partido Trabalhista se comprometeu a manter o status quo nas taxas de impostos e prometeu reduzir a migração líquida.

No entanto, o partido apresentou uma grande visão para o futuro econômico da Grã-Bretanha: criar a Great British Energy (uma empresa pública de energia limpa), renacionalizar as ferrovias à medida que os contratos expiram e implementar uma nova estratégia industrial, para citar algumas políticas importantes.

Essas são metas elevadas, mas não impossíveis de serem alcançadas com o mandato que o Partido Trabalhista recebeu

Um fator que contribuirá para essa mudança é o esperado fracasso político do presidente francês Emmanuel Macron nas decisivas eleições parlamentares deste domingo, enfraquecendo-o no exterior e ofuscando seu legado, no momento em que a França se prepara para ganhar destaque global como sede das Olimpíadas de Paris.

Seja qual for o resultado do segundo turno deste domingo, não se espera que seja uma boa notícia para Macron. A mídia francesa descreveu recentemente uma atmosfera de "fim de reinado" no palácio presidencial do Eliseu.

Por outro lado, tudo indica que o Reagrupamento Nacional (RN), partido da líder extremista de direita Marine Le Pen, não terá a vitória esperada. Isso facilitará o reagrupamento político pós eleição e igualmente pode fortalecer uma posição de “centro”. Vamos aguardar.

 

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