Dez líderes do Senado e do Congresso solicitaram nesta
quarta-feira (31) à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa
Weber, uma audiência com os 11 magistrados da Suprema Corte para debater a
descriminalização do porte de drogas. O líder da oposição do Senado, Rogério
Marinho (PL-RN), é um dos signatários do ofício. O Supremo adiou na última
quinta-feira (25) julgamento sobre a inconstitucionalidade do artigo 28 da
chamada Lei de Drogas, a Lei nº 11.343/2006. Em ofício encaminhado à presidente
do STF, os 10 líderes destacam que o julgamento é “altamente polêmico”. Os
senadores alertam para os riscos da descriminalização do porte de drogas e sua
capacidade de atingir a toda a população, usuária ou não de drogas, além da
possibilidade de provocar uma ampla comoção na sociedade brasileira. Os líderes
sustentam, ainda, que a descriminalização das drogas é um risco para a
segurança pública. Descriminalizar o uso e, consequentemente, o porte de drogas
em todo o Brasil, legitima sua venda e comercialização pelo comando do tráfico,
alertam os senadores. A hipótese de financiamento ao crime organizado é uma
preocupação em razão de se tratar de um Estado paralelo que “se arma, domina
territórios, impõe o terror e causa grave insegurança jurídica, ameaçando
governos e o cidadão”. Os senadores também destacam que suas preocupações estão
embasadas na ciência. Citam que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e
a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABED), em carta
aberta à população brasileira, apresentaram um conjunto de argumentos
científicos que destacam os danos à saúde, com alto risco de impacto no
desenvolvimento dos jovens e elevado índice de dependência, aumento de
esquizofrenia e transtorno de ansiedade. Os líderes reforçam, ainda, que o
Congresso Nacional já se debruçou anteriormente sobre a descriminalização do
porte de drogas. Comentam que, em duas oportunidades, o Parlamento se
manifestou sobre o tratamento jurídico concedido ao usuário de drogas. “E, com
a participação de inúmeras autoridades e instituições, construiu um dos maiores
avanços na legislação pátria ao propor penas alternativas os usuários de drogas
no Brasil, justamente, pelo artigo 28 da Lei”, destacam. Em razão da discussão
sobre o tema no Congresso, os senadores sustentam que o Parlamento atuou no
sentido de garantir mecanismos de prevenção do uso indevido de drogas e na
reinserção social do usuário e dependente de drogas ao exercer sua função
legislativa. É, portanto, outro motivo pelo qual entendem que o assunto merece
ser debatido junto a todos os 11 ministros do STF. Além de Marinho, assinam o
ofício líderes de seis partidos do Senado: do PL, Carlos Portinho; do
Republicanos, Mecias de Jesus; do Novo, Eduardo Girão; do PP, Tereza Cristina;
do PSDB, Izalci Lucas; e do Podemos, Oriovisto Guimarães. Também assinam o
ofício os líderes do Bloco Vanguarda do Senado, Wellington Fagundes, e os da minoria
do Senado, Ciro Nogueira, e do Congresso, Flávio Bolsonaro.
só deu para postar partes do oficio.36.
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