Ney Lopes
Entidades e estudiosos internacionais discutem como o mundo irá alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050. As economias emergentes aumentaram o consumo de alimentos.
O crescimento da China a partir dos anos 80 impulsionou, por exemplo, a venda de commodities no Brasil, em especial, a de carne bovina.
Enquanto o gigante asiático alcança um crescimento estável, Índia e países da África devem colocar outros milhões de pessoas no consumo.
No século 18, o economista Thomas Malthus alertou para uma crise inevitável de alimentos, face o crescimento populacional exponencial à época.
O desenvolvimento tecnológico, porém, afastou a possibilidade da fome para aquele momento.
Na atualidade, o índice de produtividade da terra não cresceu o suficiente.
Segundo o Banco Mundial, a proporção de terras aráveis em 1960 era de 38 hectares por pessoa, com uma população de 3 bilhões.
Em 2019, com uma população de 7,6 bilhões, a proporção caiu para 19,6 hectares por pessoa.
A preocupação das autoridades, empresas e a população no geral é se o mundo vai conseguir aumentar sua capacidade produtiva para atender essa quantidade de gente. E com um agravante: se essa produção será sustentável.
Até 2050, além de a humanidade precisar de mais 60% de alimentos do que precisa hoje, para suportar a produção extra precisará de 40% a mais de água e 50% a mais de energia.
Plantações no deserto também são iniciativas em desenvolvimento.
Cerca de 30 projetos de cultivo em desertos já estão em operação e a irrigação das áreas acontece por processos de dessalinização da água dos mares próximos.
Na África Subsaariana, há um projeto de combate à desertificação por meio do reflorestamento.
Para combater a escassez, a biodiversidade marítima é um poderoso aliado. Os ecossistemas marítimos compreendem 250 mil espécies descobertas pelo homem, mas estima-se que essa quantidade seja de cerca de 1 milhão de espécies.
O consumo de pescados entre os brasileiros cresceu entre 60% e 70% nos últimos 15 anos, mas esse aumento obrigou o país a importar produção da Ásia”.
Entretanto, o Brasil é capaz de alavancar sua própria produção de frutos do mar.
O cuidado com a pecuária brasileira é fundamental para a segurança alimentar no mundo para os próximos anos e se a humanidade quiser chegar a 2050 com o problema da escassez de alimentos ao menos controlado, a produção de proteína brasileira deve estar no centro da discussão.
Oferecer alimentos a 10 bilhões de pessoas num horizonte de 20 anos compreende criar sociedades mais equitativas e alterar a cultura de consumo de alimentos, que nos últimos anos foi dominada pela proposta anglo-saxônica, cujo maior representante são os Estados Unidos, com seu consumo baseado em muitas calorias e poucos nutrientes fundamentais.
Uma dieta como essa e o preço para produzi-la será insustentável para um mundo que quer dar de comer a populações emergentes como de China, Índia e Nigéria.
Não há como negar que a produção de alimentos é a melhor alternativa, que poderá estabilizar o crescimento do Brasil após a pandemia. (Dados estatísticos do site Consumidor moderno).
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