Resultados apresentados nesta quinta-feira, 29/07, descrevem uso de práticas integrativas e complementares, como meditação e fitoterapia; adesão ao isolamento social; prevalência de doenças crônicas; ocorrência de sintomas gripais; e diagnóstico de Covid-19; entre outras informações | |
Mais da metade da população brasileira (61,7%) recorreu a meditação, fitoterapia, reiki, aromaterapia, homeopatia e outras Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) em 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19. A conclusão é da pesquisa PICCovid – Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19, desenvolvida pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS), também da Fiocruz, e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), no Rio de Janeiro. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira, 29 de julho, em seminário on-line e publicados no Boletim Evidências Nº 7 do ObservaPICS. “Os dados mostram as estratégias adotadas para promover o autocuidado no primeiro ano da pandemia, um contexto de muitas incertezas, inseguranças e estresse, marcado pelo isolamento social e o luto”, adianta o coordenador da PICCovid, Cristiano Boccolini, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde do Icict/Fiocruz. De acordo com a pesquisa, as práticas integrativas e complementares em saúde mais utilizadas em 2020 foram plantas medicinais e fitoterapia (28%), meditação (28%), reiki (21,6%); aromaterapia (16,4%); homeopatia (14,5%); terapia de florais (14%); yoga (13%), apiterapia (11%), imposição de mãos (10%) e Medicina Tradicional Chinesa / acupuntura (7,8%). Foi registrada maior adesão da população a essas terapias nas regiões Centro-Oeste (71%) e Sul (70,8%), seguidas de Sudeste (63,4%), Norte (52,3%) e Nordeste (45,6%). | |
“A investigação foi conduzida a partir de um questionário on-line, respondido no ano passado por 12.136 brasileiros com mais de 18 anos. Podemos dizer que é o estudo mais abrangente sobre o tema já realizado no país. Um diferencial metodológico importante é que listamos as 29 PICs presentes no Sistema Único de Saúde (SUS), de forma a facilitar o seu reconhecimento pelos participantes”, detalha Patricia Boccolini, pesquisadora da FMP/Unifase. O brasileiro na pandemia A pesquisa traz, ainda, outra contribuição importante para a compreensão dos hábitos de saúde do brasileiro durante a pandemia de Covid-19. Mais de 90% dos entrevistados pela pesquisa PICCovid, relataram cumprir distanciamento social e 73% se isolaram por mais de dois meses. O estudo também aponta que 33,3% dos ouvidos realizaram algum teste de Covid-19 durante o ano passado, sendo 24,9% a prevalência de positivos. Dos doentes, 4,5% precisaram de internamento. “Nada menos que 59% dos entrevistados assumiram sentir ansiedade quase sempre ou sempre, 14% permaneceram com problemas de sono durante a pandemia, 15% pioraram esses sintomas e 26,7% passaram a ter algum grau de insônia. Em relação ao estado de saúde, 48% relataram ter ao menos uma doença crônica, como problemas de coluna, depressão e hipertensão arterial”, informa Cristiano. Os entrevistados também relataram recorrer às PICs em busca de bem-estar (81%) e para tratar doenças crônicas, como dor nas costas, hipertensão e depressão (15%), e aliviar sintomas da Covid-19 (10,5%). Entre os que relataram sintomas de gripe, 42,2% utilizaram recorreram a alguma prática previamente conhecida. Práticas Integrativas e Complementares (PICS) Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) são recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais que ajudam a promover saúde e prevenir doenças. Atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece 29 PICs: apiterapia, aromaterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, dança circular, geoterapia, hipnoterapia, homeopatia, imposição de mãos, medicina antroposófica, Medicina Tradicional Chinesa – acupuntura, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, ozonioterapia, plantas medicinais – fitoterapia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, terapia de florais, termalismo social e yoga. “Com a PICCovid percebemos a ampliação do leque terapêutico voltado para o cuidado em saúde no enfrentamento de problemas que a biomedicina não consegue responder, um importante achado em tempos de crise sanitária e de comprometimento da saúde mental. Precisamos entender como isso se dá no cotidiano das pessoas e produzir informações que contribuam na tomada de decisão para políticas públicas”, conclui a pesquisadora Islândia Carvalho, coordenadora do ObservaPICS. ATENDIMENTO À IMPRENSA Regina Pombo - (21) 97680-9173 Carla Nogueira - 21 98725-8990 Bel Levy - (21) 97240 4488 |
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