sexta-feira, 17 de setembro de 2021

XVIII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana foi vista em 42 países

 

MINISTROS DA ALEMANHA E DO URUGUAI, ALÉM DE DEZENAS DE ESPECIALISTAS DA AMÉRICA LATINA E DA EUROPA, DEBATERAM EM PAINEIS VIRTUAIS


A 18ª edição da Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana foi concluída com êxito, com público virtual proveniente de 42 países. O evento foi realizado em 16 e 17 de setembro pela Fundação Konrad Adenauer, pelo CEBRI e pela Delegação da União Europeia no Brasil. O tema de 2021 foi “Ausência de guerras significa paz? Estratégias de segurança internacional em uma nova ordem geopolítica mundial”, e os participantes refletiram sobre os diversos tipos de ameaças à paz e à segurança da população global. Este ano, a Conferência foi apresentada pela jornalista Julia Dias Carneiro em um estúdio baseado em Copacabana, enquanto os outros participantes - especialistas da América Latina e da Europa – debateram a partir de suas casas e gabinetes, espalhados por diversos países.


Após a fala introdutória de Anja Czymmeck José Pio Borges – representantes da Kornad Adenauer e do CEBRI respectivamente –, e a do Embaixador Ignácio Ybàñez, o primeiro painel contou com a presença das seguintes autoridades: Annegret Kramp-Karrenbauer, ministra da Defesa da Alemanha; Javier García Duchini, Ministro da Defesa do Uruguai; Stefano Sannino, Secretário-geral do Serviço Europeu para a Ação Externa – o serviço diplomático da União Europeia; o contra-almirante Guilherme Mattos Abreu, representando o Ministério da Defesa do Brasil. O encontro foi moderado por Henning Speck, Assessor de Política Externa e Segurança do Grupo Parlamentar CDU/CSU.


Ainda no primeiro dia de evento, o painel “O nexo civil-militar: gestão global de risco e o papel das Forças Armadas”, mediado por Monica Hirst – professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidad Torcuato di Tella – abordou questões como a relação entre civis e militares e apontou as mudanças climáticas, os ataques cibernéticos e o crime organizado como três desafios centrais.


Para uma das participantes, Danielle Jacón Ayres Pinto, vice-presidente da Associação Brasileira dos Estudos de Defesa (ABED), é importante desconstruir a ideia de que as Forças Armadas têm algum papel político. “Elas são muito mais importantes na sua função efetiva de soberania e de proteção do nosso território contra as ameaças que vêm de fora”, afirmou. Participaram ainda o secretário parlamentar Thomas Silberhorn, membro do Bundestag; Giovanni Manione, general de divisão e vice-diretor do Estado Maior da União Europeia; e Luis Mauricio Ospina Gutiérrez, general de divisão e diretor da Academia Militar da Colômbia.


O painel “Superando a insegurança: multilateralismo e o papel de alianças transnacionais de segurança” abriu o segundo dia de evento. Dessa vez, as discussões se centraram na importância da cooperação internacional contra ameaças como ataques terroristas e cibernéticos, mudanças climáticas, entre outras. Nesse sentido, a União Europeia criou um projeto batizado de "bússola estratégica". O objetivo, segundo Joanneke Balfoort, diretora de Políticas de Segurança e Defesa da UE, é avaliar o panorama de ameaças e planejar como combatê-las. “É a primeira vez na União Europeia que isso ocorre. Nós pedimos que todos os estados membros contribuíssem com informações para uma análise de ameaças. (...) Existe uma quantidade cada vez mais crescente de ataques híbridos e cibernéticos”, afirmou.


Também participaram da mesa Cristián Castaño Contreras, diretor-geral do Centro de Estudos Estratégicos e de Governo do México; e Ronaldo Carmona, professor da Escola Superior de Guerra e senior fellow do CEBRI. A moderação ficou a cargo de Daniela Braun, analista de política externa e segurança da Konrad Adenauer Stiftung.


O último painel, “Mudando o jogo: respostas cibernéticas a situações de crise”, focou em cibersegurança, seja diante de ataques a instituições e governos, seja no contexto dos usuários que são vítimas de cibercrimes. A dualidade entre liberdade e controle do ciberspaço também esteve no cerne do debate. “Precisamos garantir que estejamos numa posição e se possível prevenir e contra-atacar invasões cibernéticas”, declarou Diego de Ojeda García-Pardo - chefe da Unidade de Coordenação de Implementação da Política Externa, Segurança e Defesa da UE -, que concluiu: “O espaço cibernético permanece global e aberto, mas é importante também que permaneça seguro”.


Outra participante, a pesquisadora argentina Carolina Sampó, do Conselho Nacional de Pesquisa Científicas e Técnicas (Conicet), analisou o contexto de violência da América Latina e chamou a atenção para o aumento do cibercrime – como roubo, estelionato e sequestros de dados – no último ano: “A pandemia incluiu usuários desavisados, que não estavam acostumados com esse ciberespaço, tornando-os vítimas potenciais desse tipo de crime”. No debate, ainda participaram Kaan Sahin, assessor de tecnologia do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha; e Jeimy J. Cano, professor e pesquisador da Escola Superior de Guerra “Rafael Reyes Prieto”, da Colômbia. A moderação foi feita por André Clark, general manager da Siemens Energy Brasil e membro do CEBRI.


Por fim, o Embaixador Ignácio Ybàñez concluiu que a resposta para a pergunta-tema do ano foi a de que a ausência de guerras não significa paz - um consenso entre todos os participantes. A diretora da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, Anja Czymmeck, e o presidente do conselho curador do CEBRI, José Pio Borges, agradeceram a participação dos painelistas e dos espectadores. Anja também anunciou o início dos preparativos para a próxima edição do evento: em 2022, a Conferência deve acontecer em formato híbrido, reunindo os conferencistas e o público presencialmente no Rio de Janeiro, mas também transmitindo os debates para a grande plateia virtual formada nas duas últimas edições. 


Acompanhe as redes da Fundação Konrad Adenauer no Brasil para saber mais sobre o evento. Acesse pelo Instagram, Twitter ou Facebook: @kasbrasil


A programação completa e detalhada está em:

https://drive.google.com/drive/folders/1F-lpdT87lnfwiA-zu5WkaRvvIjmLFelC?usp=sharing

Fotos do evento e dos participantes em:

https://drive.google.com/drive/folders/1U3Vid9JKHWwfjFHRdsyNqfOCWQmT7tVR?usp=sharing


Sobre a Fundação Konrad Adenauer:

A Fundação Konrad Adenauer (KAS) é uma fundação política alemã, independente e sem fins lucrativos. Atua com base nos valores da União Democrata-Cristã (CDU), partido político alemão. Promove a Democracia, o Estado de Direito, os Direitos Humanos, as relações internacionais e a Educação Política, bem como a Economia Social de Mercado e o desenvolvimento descentralizado e sustentável. No Brasil desde 1969, a KAS reúne lideranças atuais e futuras da política e da sociedade, bem como formadores de opinião no universo acadêmico. Atua sempre com parceiros locais e incentiva o diálogo sobre os principais desafios do País. 

 

Sobre o Centro Brasileiro de Relações Internacionais:

Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) é o think tank de referência em relações internacionais do Brasil: independente, apartidário e multidisciplinar, é pautado pela excelência, ética e transparência na formulação e disseminação de conteúdo de alta qualidade sobre o cenário internacional e o papel do Brasil. Conectado à agenda internacional, o CEBRI identifica e analisa as mais relevantes questões internacionais, promovendo o engajamento entre a produção de conhecimento e a ação política. Ao longo de dezoito vinte anos de história, já realizou cerca de 500 eventos, produziu mais de 200 publicações e atua com uma rede internacional de mais de 100 entidades de alto nível em todos os continentes. A instituição se destaca por seu acervo intelectual, pela capacidade de congregar múltiplas visões de renomados especialistas e pela envergadura de seu Conselho Curador.

 

Sobre a União Europeia:

O Brasil é um dos principais parceiros e interlocutores da União Europeia no mundo. A União Europeia e o Brasil estabeleceram relações diplomáticas em 1960 e tem desenvolvido, ao longo dos anos, laços estreitos de natureza histórica, cultural, econômica e política. As relações bilaterais continuaram a crescer e se ampliar, culminando com a Parceria Estratégica entre o Brasil e a União Europeia, em 2007. Desde então, o Brasil e a União Europeia têm realizado cúpulas regulares focalizando os principais desafios globais, assim como aprimorando nossas relações diretas. Os temas centrais da parceria incluem crescimento econômico, cooperação em questões essenciais de política externa e o enfrentamento conjunto de desafios globais em áreas como os direitos humanos e as mudanças climáticas, bem como a luta contra a pobreza. O Brasil e a União Europeia também são parceiros comerciais e os países da União Europeia respondem por mais de 20% das exportações brasileiras. Além disso, a União Europeia é o maior investidor estrangeiro no Brasil, sendo que cerca de 60% dos investimentos estrangeiros no País se originam na União Europeia.

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